A partir da próxima quarta mais de 11 milhões de pessoas poderão se formalizar
Ministro apresenta cronograma da implantação do programa ao CNPS
O ministro da Previdência Social, José Pimentel, lembrou aos titulares do  Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), que se reuniram nesta  quarta-feira (24/6) em Brasília, que o programa do empreendedor individual passa  a vigorar a partir de 1º de julho próximo.
Pimentel destacou que o novo  sistema permitirá que 11,1 milhões de homens e mulheres que trabalham por conta  própria em pequenos negócios ou na prestação de serviços saiam da informalidade  e passem a desfrutar de todos os benefícios do mundo formal. 
O ministro  disse que, atualmente, 20% do faturamento bruto do Brasil é fruto do trabalho  destes empreendedores, que têm faturamento anual de até R$ 36 mil por ano. A  partir de 1º de julho, eles poderão, com acesso único no portal do empreendedor  (www.portaldoempreendedor.gov.br), formalizar seu negócio, ter o seu CNPJ e  garantir a cobertura da Previdência Social. 
“Queremos que o empreendedor  individual possa se formalizar e possa crescer. Eles terão acesso ao crédito com  taxa de juros menor, até por que as pessoas jurídicas pagam juros menores que as  pessoas físicas, e ainda terão local de funcionamento para fidelizar a sua  clientela. É um projeto em que todo mundo ganha”, disse Pimentel.
A  formalização do empreendedor individual será feita em até meia hora e terá custo  zero para o trabalhador. Eles serão isentos de impostos federais e pagarão como  contribuição à Previdência Social R$ 51,15 (11% sobre o salário mínimo) e mais  R$ 5 para o ISS, se atuar na prestação de serviço, ou mais R$ 1 de ICMS, caso  trabalhe com comércio ou indústria. 
A cobertura previdenciária do  empreendedor individual será de aposentadoria por idade, salário maternidade e  auxílio-doença. Sua família fica protegida com auxílio-reclusão e pensão por  morte. 
Acordos – Durante a reunião do CNPS, o Ministério da  Previdência Social assinou acordos de cooperação técnica com o Sebrae (Serviço  Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e com o Dieese (Departamento  Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos). 
Os acordos  garantem troca de informações para estudos e divulgação de dados estatísticos  sobre a evolução de indicadores das micro e pequenas empresas no sistema  previdenciário e para a realização de pesquisas e estudos relativos à estrutura  e dinâmica do mercado de trabalho brasileiro, bem como seus impactos para a  Previdência Social. 
O presidente do Sebrae, Paulo Okamoto, disse que o  acordo ajudará a entidade a atender melhor o microempreendedor. “O que nós  queremos é que cada vez mais o Sebrae tenha informações para melhorar seus  serviços e colaborar mais ainda com com as políticas públicas”, afirmou.  
O presidente do Dieese, Tadeu Morais, elogiou os acordos exatamente por  atingirem os trabalhadores que estão menos protegidos. “Estaremos protegendo o  ator mais fragilizado de nossa sociedade, que são os trabalhadores da economia  informal”, disse. Tadeu Morais informou que o Dieese fechou acordo igual com o  Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e com a Organização  Internacional do Trabalho (OIT). 
Com as informações que resultarem  destes acordos, Tadeu Morais acredita que o Dieese poderá fazer um “retrato do  Brasil, tanto para o governo traçar políticas públicas quanto para o movimento  sindical”. 
 
                            